17 abril 2017
Finalmente terminei de ver 13 Reasons Why, a série do momento, que tem como foco o suicídio de uma adolescente.
Há quase dois anos, postei um texto falando sobre depressão, e toda a minha experiência sofrendo dessa doença maldita em silêncio por anos até finalmente pedir ajuda e iniciar um tratamento, e após ver essa série, queria fazer algumas ressalvas importantes.
1- As pessoas reagem de formas diferentes aos problemas. O que pode ser encarado de forma simples por alguém, pode não ser visto da mesma forma por outra pessoa.
2- Não é necessário que ocorra um abuso sexual ou uma situação vista como "extrema" pra se desenvolver um quadro depressivo.
A nossa mente é um labirinto. Apenas cada um de nós sabe o que se passa nela e a proporção que cada problema ocupa em nós.
3- Não é mimimi! Se eu tivesse consciência disso, não teria demorado tanto tempo pra procurar ajuda!
Pesquisas têm mostrado que esse é o grande mal do século. Mais pessoas são diagnosticadas com depressão a todo momento, e eu me encontro no meio das estatísticas.
Fui diagnosticada com essa doença em 2013 porque foi quando resolvi dar um basta e pedir ajuda, mas sofria há mais de cinco anos sem ninguém saber de nada.
Fui diagnosticada com essa doença em 2013 porque foi quando resolvi dar um basta e pedir ajuda, mas sofria há mais de cinco anos sem ninguém saber de nada.
As pessoas acham que entendem, que conseguem imaginar o sofrimento que o depressivo passa, mas acredite, não conseguem.
São sensações de angústias intermináveis, as horas não passam, a ansiedade aumenta e o choro exaustivo e cansativo parece que dura uma eternidade. São noites inteiras de choro e às vezes, dias inteiros.
Baixa auto-estima, cobranças pessoais excessivas e frustrações são constantes.
Fiz tratamento com uma psicóloga durante um bom tempo e com um psiquiatra, que ainda continua me tratando.
Meu objetivo ao escrever esse texto não é despertar pena de ninguém, mas procurar ajudar de alguma forma quem tem enfrentado esse mesmo mal. Soube de pelo menos três amigos que passam pela mesma situação que eu.
Posso declarar com toda certeza que se ainda estou de pé, o motivo é o meu Deus. Perdi as contas de quantas vezes eu me vi chorando e clamando pra essa dor passar e pude sentir a mão dele tomando conta de mim.
Suicídio? Sim, pensei nisso muitas vezes. Na minha cabeça, as pessoas estariam bem melhores sem mim. Eu me enxergava como um peso pros outros.
Nesses momentos, vi Deus me dando mais uma chance, e depois outra, e outra..
Como consequência, me vi reprovando matérias na faculdade simplesmente por desistir e não acreditar em mim mesma. Me vi engordando por desenvolver uma espécie de compulsão alimentar e comer demais nas crises depressivas. Me vi sozinha e isolada dos amigos, não querendo aparecer em público com vergonha de mim mesma.
Procurar um profissional especializado nessa área é ESSENCIAL pra uma melhora e solução do problema. Não tenha vergonha disso.
Adotei algumas medidas que talvez possa funcionar pra você que sofre disso e te ajude a melhorar e a enfrentar esse problema com outra perspectiva: procure sair sempre arrumada, o mínimo que seja, pra se sentir mais bonita e aumentar a sua confiança; faça de tudo pra não desistir de nenhuma prova, nenhuma apresentação e nenhum desafio por medo de fracassar. Se fracassar, pense que depois terão outras chances; faça atividades físicas, ocupa a mente e te ajuda a alcançar objetivos estéticos agradáveis; fique rodeado de pessoas que te façam bem e não aqueles que te deixam mais pra baixo; saia de casa, saia do isolamento e o principal, nunca, nunca, NUNCA deixe de confiar em Deus e nas chances que Ele te dá. Lembrar que Ele te amou de uma maneira tão grande que entregou seu próprio filho pra morrer por você deve ser sua maior motivação pra querer viver. Essa tem sido a minha.
Já me perguntei o porquê de tudo isso, e a verdade é que não sei. Mas se Deus permitiu isso, me apego ao pensamento de que Ele sabe de todas as coisas e algum propósito Ele tem nisso tudo.
Quanto a mim, pra honra e glória de Deus, tem mais ou menos um ano que não sei o que é ter uma crise depressiva. Não confunda "estar triste" com depressão. Me sinto realmente outra pessoa ao encarar os problemas e a cada ida ao médico, a dosagem do antidepressivo vai sendo diminuída. :)
Se você tem um filho, parente, amigo ou conhecido que tenha essa doença, não cobre demais dele. Imagino o quanto possa ser difícil, mas acredite, pra ele que enfrenta isso, é pior ainda. Dê muito amor e abuse da paciência com ele. Ele pode ser grosso algumas vezes, mas não é por maldade, é só uma forma de defesa que ele criou. E ore. Ore muito pra ele vencer isso.
Vocês não imaginam o quanto o amor pode ajudar a superar isso!
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